29 junho 2007

O Informativo on-line da OAB e o Exame de Ordem

O Informativo on-line da OAB nº 985, de 27.06.2007, que traz as notícias publicadas na página da OAB no mesmo dia, mostra como o mesmo assunto pode ter duas abordagens absolutamente diversas. Com efeito, "OAB-PB reprova mais de 70% no primeiro exame do ano" é o título da primeira nota, ao passo que a segunda nota do mesmo Informativo traz a seguinte chamada: "Exame de Ordem aprova 21,56% dos bacharéis de Alagoas". O curioso é que o índice de aprovação na Paraíba foi de 25,26%. Ou seja, a diferença entre os dois índices de aprovação é de apenas 3,7%! Constata-se, assim, que, embora o tema seja essencialmente o mesmo, isto é, o resultado do primeiro Exame de Ordem de 2007, os enfoques adotados para tratar dos resultados obtidos nas Seccionais da Paraíba e de Alagoas são completamente diferentes. E tudo isso dentro de um mesmo boletim informativo! O duplo enfoque se reproduziu no Informativo nº 986, de 28.06.2007, com os resultados das Seccionais do Espírito Santo e do Rio Grande do Norte. Na primeira notícia ("Exame da OAB-ES reprova quase 80% dos candidatos inscritos"), a ênfase estava na reprovação, embora a aprovação tivesse sido de 21%. Por sua vez, a segunda notícia ("OAB-RN tem 23,88% de aprovação no primeiro exame do ano") deslocava o foco de sua análise para a aprovação, registrando um percentual de 23,88%. Dessa vez, a diferença entre os resultados é de apenas 2,88%! Mas, afinal, o que seria mais importante: a aprovação de cerca de um quarto ou a reprovação de quase três quartos dos bacharéis? No fundo, nenhuma das duas circunstâncias, pois, na verdade, o mais interessante nas quatro notas é a homogeneidade do resultado obtido em quatro Seccionais tão distantes (Espírito Santo, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte). Talvez, isso já seja reflexo da "nacionalização" do Exame de Ordem, que permite a realização de uma avaliação mais uniforme do ensino jurídico. O que acontecerá quando as Seccionais da Região Sul, de São Paulo e de Minas Gerais aderirem à prova nacional? Teremos a manutenção de seus atuais índices de aprovação ou também eles estarão marcados pela atual e aparente homogeneização?

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