25 março 2007
Catadores de lixo
Após ler uma breve resenha na Revista Fapesp, fui buscar no SciELO o artigo "Catador de material reciclável: uma profissão para além da sobrevivência?", de Luiza Ferreira Rezende de Medeiros e Kátia Barbosa Macêdo (http://www.scielo.br/pdf/psoc/v18n2/08.pdf). É um belo trabalho descritivo-exploratório, no qual sobressai o quase nulo impacto produzido pelo reconhecimento formal da profissão, expresso por sua inclusão, em 2002, na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), sob o código 5192-05. Com efeito, trata-se de um registro que nada acrescenta em termos de acesso a direitos trabalhistas. Essa ausência de direitos é, possivelmente, o que ajuda a explicar a percepção evidenciada no texto sobre como os catadores vêm os acidentes de trabalho. Cortes, perfurações e escoriações são tidos como circunstâncias inerentes ao trabalho e somente aquelas situações críticas em que o exercício da atividade resta inviabilizado são percebidas como "verdadeiros" acidentes. O texto, construído a partir de dez entrevistas com diferentes catadores associados a duas cooperativas de reciclagem de Goiânia, é bem interessante e merece ser lido com atenção. Além do trabalho de campo, é importante salientar a recuperação de trabalhos acadêmicos sobre o tema, com referências a dois trabalhos apresentados nos Encontros Anuais de 2004 e 2005 da Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Administração (ANPAD), além de quatro dissertações de mestrado defendidas em programas de pós-graduação da PUC-MG, da PUC-SP, da UnB e da Universidade Católica de Goiás. Vale conferir!
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