Com efeito, o gráfico acima mostra a distribuição dos 20.412 inscritos que participaram do Exame. Há alguns dados interessantes: o Rio de Janeiro teve quase 7.000 candidatos! Em seguida, com mais de 2.000 candidatos, ficou o Distrito Federal. Em quatro Estados - Bahia, Espírito Santo, Pernambuco e Mato Grosso - o número de candidatos ficou entre 1.000 e 2.000 inscritos. Entre os 11 Estados remanescentes, Ceará e Mato Grosso do Sul quase alcançam o total de 1.000 candidatos. Ora, isso significa que mais de 1/3 dos candidatos era do Rio de Janeiro e que os candidatos destas seis Seccionais correspondem a quase 3/4 do número total de inscritos. Com isso, pode-se assumir que há uma forte concentração de oferta do ensino jurídico nestes Estados.
Conforme pode ser visto no gráfico abaixo, os números absolutos destas seis Seccionais são, naturalmente, os mais elevados em termos de aprovação na prova objetiva, que corresponde à primeira fase do Exame. Entretanto, em termos percentuais, os seus resultados são muito desiguais. Com efeito, a média de aprovação na primeira fase foi de 29,9%. Estiveram acima dela os seguintes Estados: Ceará (44,48%), Sergipe (41,81%), Piauí (39,77%), Bahia (38,65%), Pernambuco (37,22%), Rio de Janeiro (32,09%) e Distrito Federal (31,72%).
O terceiro gráfico traz o resultado absoluto dos aprovados na segunda fase do Exame. Como pode ser visto, há 6 Estados com mais de 300 aprovados: Espírito Santo (315), Ceará (319), Pernambuco (488), Bahia (505), Rio de Janeiro (580) e Distrito Federal (583).
Ora, um simples exame dos dados evidencia a necessidade de se fazer sua leitura a partir dos percentuais de aprovação. Basta tomar por exemplo os casos do Rio de Janeiro e do Distrito Federal que aprovaram, respectivamente, 580 e 583 candidatos, muito embora houvesse 6.833 inscritos no primeiro e 2.326 no segundo. O necessário olhar percentual está, então, expresso no quarto e último gráfico.
Este último gráfico mostra como o percentual de aprovação no Rio de Janeiro fica abaixo dos 10%, estando acima, tão somente, dos resultados obtidos no Amapá e no Amazonas. Por outro lado, 10 Estados (incluindo todos os Estados da região Nordeste) ficaram acima da média nacional (19,09%) extraída a partir do Exame unificado. O melhor resultado foi obtido em Sergipe, que, com 40,77%, foi o único Estado a ultrapassar a barreira dos 40% de aprovação. O grau de reprovação da segunda para a primeira etapa é muito pequeno, salvo no Rio de Janeiro. Pode-se assim assumir que, nos demais Estados, a prova objetiva já produz a linha de corte permitindo antever quem serão os futuros advogados. No Rio de Janeiro, o resultado parece indicar algo diferente e talvez bem mais complicado, ou seja, a verdadeira linha de corte é produzida quando os bacharéis são chamados a escrever. Este é um indicador que deveria ser analisado com mais cuidado, pois, talvez, isso queira dizer que o ensino jurídico fluminense está muito longe de transmitir as habilidades e competências que são exigidas de seus egressos. Vale a pena, agora, fazer a comparação com os resultados do Enade. Quem se habilita à empreitada?
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